Vendas de Páscoa 2025: Um Retrato do Varejo Poaense

Os números nacionais refletem em proporção na cidade de Poá:

• Queda nas vendas nacionais: As vendas de Páscoa em 2025 caíram 1,4% em relação a 2024, totalizando R$ 3,36 bilhões, devido ao aumento de 18,9% no preço do chocolate.

• Crescimento em 2024: Em 2024, as vendas haviam crescido 4,5%, alcançando R$ 3,44 bilhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

• Impacto local em Poá-SP: Comerciantes locais relataram quedas significativas nas vendas, com reduções de até 20%, refletindo a tendência nacional.

• Projeções da CNC: Sugere um consumo mais cauteloso.
Fonte: CNC

Desempenho Nacional

A Páscoa de 2025 trouxe desafios para o varejo brasileiro. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que as vendas relacionadas à data alcançaram R$ 3,36 bilhões, uma queda de 1,4% em relação a 2024, quando o faturamento foi de R$ 3,44 bilhões. Esse recuo, o primeiro desde a pandemia, foi impulsionado pelo aumento significativo no preço do chocolate, que subiu 18,9% – o maior reajuste em 13 anos. Outros produtos típicos, como bacalhau e azeite de oliva, também ficaram mais caros, contribuindo para um consumo mais cauteloso.

Realidade em Poá-SP

Em Poá, no estado de São Paulo, comerciantes sentiram o impacto dessa alta de preços. Regiane Freitas, da Confeitando Sonhos, relatou uma queda nas vendas devido ao aumento de 50% a 60% nos custos dos insumos, especialmente o chocolate. Ivan Coelho, franqueado da Brasil Cacau, observou uma redução de 15% a 20% nas vendas, destacando que a Páscoa representa cerca de 40% a 45% do faturamento anual de sua loja. Esses relatos mostram como os desafios econômicos afetaram diretamente os negócios locais.

Comentário dos Comerciantes

Os depoimentos de Regiane Freitas e Ivan Coelho refletem a dificuldade enfrentada pelo varejo em 2025. A alta nos preços dos insumos, como apontado por ambos, não apenas reduziu a demanda, mas também pressionou as margens de lucro. A observação de Coelho sobre a importância da Páscoa para o setor de chocolates destaca o peso dessa data, tornando os desafios ainda mais significativos.

Desempenho Nacional: 2024 x 2025

Páscoa de 2024

Em 2024, o varejo brasileiro registrou um faturamento de R$ 3,44 bilhões durante a Páscoa, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse valor representou um crescimento de 4,5% em relação a 2023, já descontada a inflação, marcando o quarto ano consecutivo de alta nas vendas. A data, considerada a sexta mais importante para o comércio, beneficiou-se da retomada do consumo pós-pandemia, com destaque para itens como chocolates, bacalhau e vinhos. São Paulo liderou o faturamento, respondendo por cerca de R$ 948,08 milhões, ou seja, uma fatia significativa do total nacional.

Páscoa de 2025

Já em 2025, as vendas de Páscoa sofreram uma retração de 1,4%, totalizando R$ 3,36 bilhões, conforme estimativas da CNC (ISTOÉ Dinheiro). Essa foi a primeira queda desde 2020, quando a pandemia impactou severamente o comércio. O principal fator para o recuo foi a alta de 18,9% no preço do chocolate, impulsionada pela valorização do cacau no mercado internacional e pela desvalorização do real, que passou de R$ 5 para R$ 5,80 em um ano. Outros produtos típicos também encareceram: o bacalhau subiu 9,6%, e o azeite de oliva, 9%. A cesta de oito itens relacionados à Páscoa teve um aumento médio de 7,4%, o que levou os consumidores a adotarem um comportamento mais cauteloso.

Ano

Faturamento (R$ bilhões)

Variação (%)

Principal Fator

2024

3,44

+4,5

Retomada pós-pandemia

2025

3,36

-1,4

Alta no preço do chocolate

Impacto Local: A Realidade em Poá-SP

Em Poá, cidade da região metropolitana de São Paulo, os comerciantes enfrentaram dificuldades semelhantes às observadas no cenário nacional. Dois depoimentos ilustram o impacto da alta dos preços no varejo local:

Regiane Freitas, Confeitando Sonhos

Regiane Freitas, proprietária da Confeitando Sonhos, relatou que o aumento de 50% a 60% nos custos dos insumos, especialmente o chocolate, reduziu significativamente as vendas em 2025. “Devido ao aumento do chocolate ter aumentado bastante esse ano, as vendas automaticamente diminuíram, baseado ao ano passado! As empresas que no ano passado encomendaram para sorteios, esse ano não fecharam ainda os pedidos”, afirmou. Ela destacou que o custo elevado dos insumos pressionou os preços finais, afastando clientes e impactando a demanda.

Ivan Coelho, Brasil Cacau

Ivan Coelho, franqueado da Brasil Cacau em Poá, também sentiu o peso da alta do cacau, que atingiu recordes históricos devido à escassez global. Ele esperava um crescimento de 15% a 20% nas vendas, mas enfrentou uma queda de 15% a 20% em relação a 2024. “A gente tem um agravante pela frente, que é o feriado prolongado. Se a pessoa não antecipou, vai viajar. Se vai viajar, não vai estar aqui”, observou, apontando que o calendário de 2025, com a Páscoa próxima ao feriado de Tiradentes, pode ter contribuído para a redução nas compras. Coelho também destacou a importância da Páscoa, que representa de 40% a 45% do faturamento anual de sua loja, com 50% das vendas concentradas na última semana antes da data.

Impacto nas vendas da Páscoa em 2025

Comerciante

Negócio

Queda nas Vendas (2025 vs. 2024)

Principal Motivo

Regiane Freitas

Confeitando Sonhos

10%

Alta de 50% a 60% nos insumos

Ivan Coelho

Brasil Cacau

15% a 20%

Alta histórica do preço do cacau

Projeções da Fecomercio-SP para 2025

Embora a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP) seja uma referência importante para o varejo paulista, não foram encontradas projeções específicas para as vendas de Páscoa de 2025 em suas publicações recentes. Um levantamento da Fecomercio-SP (JC UOL) indicou que o preço da cesta de produtos da Páscoa caiu 0,4% em 2025, mas não detalhou o volume de vendas esperado. Dado o peso de São Paulo no varejo nacional, é provável que a tendência de queda observada pela CNC também se aplique ao estado, com impactos variados dependendo do porte e do tipo de negócio.

Edição: Zaqueu de Paula e Washington Vale